GOVERNO JK
PERÍODO DESENVOLVIMENTISTA
Em 3 de outubro de 1955, no final do mandato de Vargas, que era cumprido por seus substitutos, realizaram-se novas eleições presidenciais. Os vencedores foram os candidatos da coligação PTB-PSD, partidos de origem getulista: Juscelino Kubitschek de Oliveira (PSD) elegeu-se presidente, e João Goulart (PTB), vice-presidente.
Antes de chegar à presidência, Juscelino Kubitschek havia sido prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais. Com ele, iniciaram-se as políticas desenvolvimentistas no Brasil. Entusiasta da modernidade e do progresso, adotou como lema de seu governo fazer o Brasil crescer “50 anos em 5”.
Para tanto, lançou em 1956 um plano nacional de desenvolvimento, também conhecido como Plano de Metas, programa que priorizava as obras de infraestrutura (energia, transporte) e o estímulo à industrialização.
Entre as principais realizações de seu governo, podem ser citadas:
• construção de usinas hidrelétricas – foram construídas a hidrelétrica de Furnas (no rio Grande), que na época se tornou a maior do Brasil, e a de Três Marias (no rio São Francisco) – as duas no estado de Minas Gerais;
• implantação da indústria automobilística – novas fábricas produziriam mais de 300 mil veículos por ano, com 90% das peças fabricadas no Brasil;
• ampliação da extração de petróleo – que cresceu mais de 150% no período;
• construção de rodovias – cerca de 20 mil quilômetros de rodovias foram construídos, entre elas a Belém-Brasília.
Construção de Brasília
Além dessas obras, o governo Juscelino destacou-se pela construção da nova capital do país, Brasília. Para Juscelino, a construção de Brasília era a obra-símbolo das mudanças modernizadoras que idealizava, a meta-síntese de seu programa de governo.
O plano urbanístico da cidade foi traçado por Lúcio Costa e os projetos de arquitetura foram concebidos por Oscar Niemeyer. Milhares de trabalhadores pioneiros, os candangos – vindos principalmente do Nordeste –, revezavam-se noite e dia para concluir as obras ainda no governo Juscelino. Depois de três anos, Brasília foi inaugurada, em 21 de abril de 1960.
O Centro-Oeste do país, tal como ocorreria com a região Sudeste, passou a ser visto por milhares de brasileiros excluídos economicamente como uma nova “terra prometida”.
Os anos dourados
O governo de Juscelino é frequentemente associado a grandes obras – como Brasília – e a um momento de prosperidade e otimismo que refletiu nos hábitos de consumo e no modo de pensar, sobretudo da elite e da classe média. Devido a esse aspecto, o período ficou conhecido, romanticamente, como anos dourados.
Durante os anos dourados, a televisão dava seus primeiros passos e grande parte da população ainda acompanhava os programas do rádio. A programação das emissoras era diversificada, incluindo: musicais, humorismo, esportes, novelas, orações e noticiários. Um dos destaques do rádio eram os programas de auditório com cantores-estrelas, como as irmãs Linda e Dircinha Batista, Marlene, Emilinha Borba, Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Nora Ney e Jorge Goulart.
Como meio de comunicação mais popular no país, o rádio difundia informações e sonhos, acompanhando de perto o cotidiano das cidades. Por meio dele, a nova realidade das capitais era apresentada aos migrantes que vinham do campo e das pequenas cidades do interior. Desse modo, além de divertir, o rádio funcionava como um veículo de integração social das populações recém-chegadas aos grandes centros urbanos.
As músicas mais populares dessa época eram as marchinhas e o samba-canção. A maioria dos cantores participava ativamente do carnaval e empenhava-se para que suas composições fizessem sucesso. Outros gêneros musicais também eram apreciados, como o chorinho, a valsa, o frevo e o baião.
No final dos anos 1950, teve início o movimento musical conhecido como bossa nova. Na história da música brasileira, a bossa nova trouxe sofisticação, principalmente no campo da harmonia. Faziam parte desse movimento Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Carlos Lyra, Luiz Bonfá, João Gilberto etc. Uma das canções que se tornou símbolo da bossa nova foi “Garota de Ipanema”, de Vinicius e Jobim.
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