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História Econômica e Formação dos Municípios e Herança Cultural no Paraná

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Patrimônio histórico e cultural do Paraná, Estrada da Graciosa completa 150 anos Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN   A história econômica do Paraná está diretamente ligada à formação de seus municípios e à ocupação de seu território. O estado, que hoje possui 399 cidades, passou por um intenso processo de transformação social, política e territorial ao longo do século XX. Esses processos foram impulsionados por ciclos econômicos, políticas de colonização e, mais recentemente, pela busca por maior autonomia administrativa e pelo acesso aos recursos públicos federais. No início do século XX, o Paraná ainda era um estado essencialmente rural e com baixa densidade demográfica. Em 1919, existiam apenas 39 municípios constituídos, a maioria localizada nas regiões mais antigas de ocupação — o Litoral, os Campos Gerais e o Primeiro Planalto. Essa área ficou conhecida como o “Paraná Tradicional”, onde se desenvolveram as primeiras atividades econômicas ligadas à pecuária, à erva-mate e...

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, CRIAÇÃO DA ONU E DIREITOS HUMANOS

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  Da Guerra à Esperança: O Holocausto, a ONU e a Luta pelos Direitos Humanos A primeira metade do século XX foi marcada por um dos períodos mais sombrios da história da humanidade: a Segunda Guerra Mundial , que ocorreu entre os anos de 1939 e 1945. O conflito teve como principais causas o expansionismo territorial de regimes totalitários, como o nazismo na Alemanha , o fascismo na Itália e o imperialismo militarista no Japão . Estes governos autoritários promoveram políticas agressivas de ocupação e dominação, desrespeitando tratados internacionais, como o Tratado de Versalhes, que havia sido imposto à Alemanha ao final da Primeira Guerra Mundial. Além disso, a crise econômica mundial de 1929 e o sentimento de revanche por parte dos países derrotados na Primeira Guerra favoreceram o crescimento de ideologias radicais e nacionalistas. A Alemanha, liderada por Adolf Hitler , invadiu a Polônia em setembro de 1939, dando início oficialmente ao conflito. A guerra se espalhou rapidam...

A TRANSIÇÃO DA ORDEM MEDIEVAL AO PENSAMENTO CIENTÍFICO MODERNO

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Conflitos, Transformações e o Nascimento de um Novo Pensamento    Ao longo da História, o conhecimento humano passou por profundas transformações, especialmente entre os séculos V e XVII. Durante a Idade Média, a sociedade europeia era estruturada em torno de uma rígida hierarquia social e de uma visão de mundo profundamente marcada pelo teocentrismo – a ideia de que Deus era o centro de todas as coisas e que a Igreja Católica era a única intérprete legítima da verdade.    O Poder Religioso e a Organização da Sociedade Feudal    O sistema feudal estabelecia uma divisão social clara entre três ordens: o clero, responsável pela salvação espiritual das almas; a nobreza, encarregada da proteção militar; e os camponeses, que garantiam a produção agrícola e o sustento dos demais grupos. No centro desse modelo estava a Igreja, que, além de ditar as normas de comportamento e moral, controlava a educação, a cultura e a ciência.  ILUMINURA DO SÉCULO XIII. Fonte:...

A Inconfidência Baiana: luta por liberdade e igualdade

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Salvador por volta de 1640 - Século 17 Fonte: http://www.bahia-turismo.com/salvador/seculo-17.htm A Inconfidência Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, foi um dos mais importantes movimentos emancipacionistas do período colonial brasileiro. Ocorreu em 1798, na cidade de Salvador, capital da capitania da Bahia, e teve como principal inspiração os ideais iluministas que se espalhavam pela Europa e pelas Américas naquele período. O movimento se destacou não apenas por sua luta contra o domínio português, mas também por sua forte base popular e por defender ideais de igualdade racial e social. Ao contrário da Inconfidência Mineira, que teve grande participação de elites locais, a Inconfidência Baiana contou majoritariamente com a presença de artesãos, soldados, pequenos comerciantes, libertos e escravizados. Entre os líderes do movimento estavam nomes como João de Deus, Manuel Faustino, Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens — todos ligados às camadas populares e algun...

CICLOS ECONÔMICOS NA HISTÓRIA DO PARANÁ

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A história econômica do Paraná pode ser compreendida a partir de ciclos produtivos que, ao longo do tempo, modificaram a paisagem natural, a distribuição da população, as relações sociais e a cultura regional. Cada ciclo está vinculado a contextos históricos mais amplos do Brasil e das conexões internacionais do país. 1. Ciclo do Tropeirismo (séculos XVIII e XIX) O tropeirismo foi um dos principais motores econômicos e sociais da região sul do Brasil durante os séculos XVIII e XIX. No Paraná, ele teve papel central na formação de cidades e na integração do território ao restante do país. Os tropeiros conduziam tropas de mulas e gado desde o Rio Grande do Sul até São Paulo e Minas Gerais, abastecendo centros mineradores e comerciais. Essa atividade exigia rotas de longa duração e favoreceu a criação de caminhos e povoados. A "Rota dos Tropeiros", que cruzava o planalto paranaense, deu origem a importantes núcleos urbanos como Lapa, Castro e Ponta Grossa. Além da economia, o...

Revolução Industrial

Da produção artesanal à produção nas fábricas Na Europa, entre os séculos XVIII e XIX, desenvolveu-se uma nova forma de produção de bens, realizada por trabalhadores assalariados e com o uso predominante de máquinas. Esse processo foi chamado de Revolução Industrial. Segundo historiadores, a Revolução Industrial começou na Inglaterra por volta do século XVIII e se espalhou por outros países a partir do século seguinte. No entanto, tais transformações não ocorreram ao mesmo tempo em todos os lugares, tampouco obedeceram aos mesmos padrões. Antes da Revolução Industrial, as formas predominantes de produção de mercadorias eram o artesanato e a manufatura. Vejamos algumas de suas características. • Artesanato – produção realizada de forma manual, com o auxílio de ferramentas e em pequena escala. O produtor (artesão) trabalhava em sua casa ou oficina e controlava as diversas fases da produção artesanal. O economista Adam Smith ilustrou essa produção da seguinte maneira: um artesão que fize...