Os Estados Unidos e a União Soviética (URSS) foram aliados durante a Segunda Guerra Mundial contra um inimigo comum: a Alemanha nazista de Hitler. Quando o conflito terminou, os dois países emergiram como vencedores, propondo modelos econômicos opostos: os Estados Unidos difundiam o capitalismo e a União Soviética, o socialismo.
Após a Segunda Guerra Mundial, abriu-se um período conhecido como Guerra Fria: uma guerra permanente entre os Estados Unidos e a União Soviética, na qual as duas superpotências evitavam o confronto militar direto e buscavam expandir suas áreas de influência usando a espionagem, a propaganda e a contrapropaganda.
A Guerra Fria vai de 1945 (fim da Segunda Guerra Mundial) até 1989 (queda do Muro de Berlim), ou até 1991, ano da desagregação da URSS.
A maior parte dos conflitos mundiais desse período, indicados no mapa abaixo, estava sob a atmosfera ideológica de contrapontos e visões distintas sobre o modelo político que deveria ser seguido.
Divisão da Alemanha
Em fevereiro de 1945, um pouco antes da rendição oficial da Alemanha na Segunda Guerra, os representantes das três principais potências vitoriosas – Churchill (Inglaterra), Roosevelt (Estados Unidos) e Stalin (União Soviética) – reuniram-se na cidade de Yalta, na Ucrânia, para discutir os rumos da política internacional no pós-guerra. Nessa reunião também foi discutida a redefinição do mapa europeu, especialmente em relação à Alemanha nazista, que se encontrava prestes a ser derrotada.
Meses depois, em julho de 1945, com a rendição oficial alemã, realizou-se na Alemanha a Conferência
de Potsdam. Como na reunião em Yalta, essa conferência contou com a participação de representantes
das potências vitoriosas na Segunda Guerra Mundial.
Em Potsdam, decidiu-se oficialmente que o território alemão seria dividido em quatro zonas de ocupação: uma francesa, outra britânica, uma terceira estadunidense e uma quarta soviética.
Posteriormente, em 1949, o território da Alemanha foi dividido em dois países:
• República Federal Alemã (RFA ou Alemanha Ocidental), com capital em Bonn, sob a influência dos
Estados Unidos;
• República Democrática Alemã (RDA ou Alemanha Oriental), com capital em Berlim, sob a influência
da União Soviética.
O crescente clima de hostilidade e disputa entre os governos dos Estados Unidos e da União Soviética
caracterizou o pós-guerra e levou à divisão da cidade de Berlim em duas partes:
Após a Segunda Guerra Mundial, as economias de diversos países da Europa estavam devastadas. Nesse contexto, líderes dos Estados Unidos e de outros países capitalistas do Ocidente temiam que as dificuldades econômicas enfrentadas pelas sociedades europeias as conduzissem ao socialismo. O Partido Trabalhista da Inglaterra, por exemplo, que contava com políticos socialistas, já havia vencido as eleições de 1945, razão pela qual o político conservador Winston Churchill perdera o cargo de primeiro-ministro. Em 1947, o presidente dos EUA, Harry Truman, lançou o Plano Marshall, que
destinava gigantescos recursos financeiros para a recuperação econômica dos países capitalistas ocidentais. O plano ficou conhecido por esse nome porque foi elaborado pelo secretário de Estado do governo Truman, o general George Marshall. O Plano Marshall fazia parte da Doutrina Truman, que pregava a defesa do mundo capitalista e democrático pelos Estados Unidos contra a ameaça comunista.
Foram destinados ao plano cerca de 13 bilhões de dólares, que beneficiaram principalmente França, Inglaterra, Itália, Alemanha Ocidental, Holanda e Bélgica. Esses investimentos aceleraram a reativação de suas economias. A partir da década de 1950, com a explosão da Guerra da Coreia, o Japão e
outros países do sudeste asiático também começaram a receber recursos do governo estadunidense em moldes semelhantes.
Criação da ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em junho de 1945, quando representantes de 51 países, inclusive do Brasil, assinaram a Carta das Nações Unidas, que entrou em vigor no dia 24 de outubro de 1945 – data em que se comemora mundialmente o Dia das Nações Unidas.
Os princípios básicos estabelecidos no documento são: a manutenção da paz e da segurança internacionais; o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações; o estímulo à cooperação entre os países na busca de soluções para problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário; e a promoção do respeito aos direitos humanos.
Apesar de ter sido criada para manter a paz entre as nações, a ONU não é um fórum que representa a vontade política da maioria de seus países-membros. Isso se deve, entre outras razões, ao fato de um de seus principais órgãos, o Conselho de Segurança, ser controlado por cinco grandes potências. Os representantes dessas nações detêm o poder de vetar decisões importantes sobre questões mundiais
e de impor assim seus interesses sobre os das demais.
Alianças militares
Em 1949, sob a liderança estadunidense, formou-se uma aliança militar entre as forças dos EUA e da
Europa Ocidental, que ficou conhecida como Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Com
a formação dessa aliança, os sucessivos governos estadunidenses passaram a promover a instalação de armas nucleares na Europa Ocidental, que ficaram sob o controle das forças da Otan. Era uma preparação para um possível conflito militar com os soviéticos.
Assim como o financiamento da recuperação econômica da Europa Ocidental, a criação da Otan
constituiu uma estratégia dos sucessivos governos dos Estados Unidos para apoiar os dirigentes dos países daquela região no projeto de preservar o capitalismo e assumir uma política anticomunista.
Nos países da Europa Oriental, que pertenciam à área de influência da União Soviética, as populações
foram submetidas às regras
do socialismo soviético, comandado por Josef Stalin.
Durante seu governo, Stalin adotou medidas enérgicas para controlar esses países: expulsou e perseguiu os inimigos políticos do regime socialista e promoveu a instalação de governos dirigidos por partidos comunistas únicos, subordinados às orientações de Moscou.
Em 1955, os governos socialistas da Europa Oriental também resolveram formar uma aliança de ajuda
militar mútua, como resposta à Otan. Tal aliança, que ficou conhecida como Pacto de Varsóvia, pois o tratado de sua criação foi assinado na capital polonesa, foi extinta em 1991.
Corrida espacial
A Guerra Fria também se manifestou na rivalidade técnico-científica entre Estados Unidos e União Soviética, cuja expressão máxima foi a corrida espacial: quem lançaria o primeiro satélite? Quem faria o primeiro voo espacial tripulado por astronautas? Quem pousaria primeiro na Lua?
A União Soviética foi o primeiro país a lançar um satélite artificial no espaço. Tratava-se do Sputnik,
lançado em 1957. Quatro anos depois, os soviéticos promoveram o primeiro voo espacial tripulado
por um astronauta. A bordo da nave Vostok I, Yuri Gagari foi o primeiro homem a fazer o voo orbital
em torno da Terra – e a descobrir que a Terra é azul. Apesar desse pioneirismo soviético, foram os
Estados Unidos que, em 1969, enviaram o primeiro astronauta à Lua. Ao caminhar no solo lunar, Neil
Armstrong disse: “Este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”.
Na década de 1970, os conhecimentos adquiridos com a corrida espacial foram utilizados, principalmente, no desenvolvimento de satélites artificiais. Nos dias atuais, esses satélites servem a diversas finalidades: telecomunicações, meteorologia, observação militar etc.
Foi nesse contexto de rivalidade técnico-científica entre EUA e URSS que surgiu a internet. No
início, durante a década de 1960, a rede de transmissão de conteúdos por computadores teve uso
restrito aos meios militares estadunidenses. Posteriormente, a internet estendeu-se para amplos setores
da sociedade, principalmente após a invenção de computadores pessoais, tablets, telefones celulares etc.
No fim do século XVI, a população colonial da América portuguesa espalhava-se de forma descontínua pela extensa costa, desde Natal até Cananeia. Nessa época, a vila de São Paulo de Piratininga (futura cidade de São Paulo) era uma exceção, pois situava-se no interior do território. A partir de meados do século XVII, a ocupação territorial ganhou força em direção ao interior e ao litoral norte (do atual estado do Rio Grande do Norte até o atual estado do Amapá). Essa ocupação resultou de ações realizadas por diferentes grupos, entre os quais podemos destacar: • exploradores em expedições militares – foram patrocinados pelo governo para expulsar estrangeiros que ocupavam partes do território; • bandeirantes – percorreram o sertão aprisionando indígenas e escravos africanos fugidos ou procurando metais preciosos; • jesuítas missionários – fundaram aldeamentos para catequizar os indígenas e explorar economicamente as riquezas naturais do sertão; • criadores de gado – tiveram seus reban...
A Europa no século XIX A Revolução Industrial ocasionou um conjunto grande de mudanças que afetou os modos de trabalhar, morar e se relacionar das pessoas. Uma dessas mudanças foi o aumento extraordinário da população mundial. Entre 1750 e 1850, a população mundial dobrou; elevou-se de 600 milhões para 1,2 bilhão de habitantes. Esse aumento extraordinário da população mundial deveu-se à modernização da agricultura (com o consequente aumento da oferta e da variedade de alimentos), à queda drástica nos índices de mortalidade infantil e ao avanço da medicina; exemplo disso foi o advento da primeira vacina (contra a varíola) desenvolvida pelo médico inglês Edward Jenner, em 1796. O salto nos números da população mundial deu ensejo a temores diversos e especulações teóricas. O economista inglês Thomas Robert Malthus (1766--1834), por exemplo, afirmou que a população aumenta em progressão geométrica, e os meios de subsistência, em progressão aritmética. O progresso da ciência, no ent...
A situação de pobreza e abandono em que vivia a população do campo sob a República Oligárquica fez com que milhares de pessoas buscassem nas cidades, principalmente nas capitais, melhores condições de vida. Porém, essas pessoas encontraram ainda mais dificuldades nos centros urbanos e acabaram numa situação de miséria extrema. Em outras ocasiões, a situação de miséria enfrentada pela população rural levou muitas dessas pessoas a buscar amparo de líderes místicos que se diziam porta-vozes de Deus. Surgiram, assim, os movimentos messiânicos em estados como Bahia, Paraná e Santa Catarina, assunto que abordaremos a seguir. CANUDOS, na Bahia Nascido no Ceará, Antônio Vicente Maciel (1828-1897) começou a perambular pelo sertão da Bahia por volta de 1870, pregando o amor a Deus e dando conselhos às pessoas, que começaram a acompanhá-lo em suas peregrinações, chamando-o de Antônio Conselheiro. Em 1893, fundou um povoado conhecido como Arraial de Belo Monte em uma fazenda abandonada ...
Comentários
Postar um comentário